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A Madeira
A Madeira è a parte lenhosa do tecido vascular das plantas vivazes, sustância compacta, sólida e natural.
Em botânica, chama-se xilema ao tecido das plantas vasculares por onde circula a água com sais minerais dissolvidos - a seiva bruta - desde a raiz até às folhas. Nas árvores o xilema secundário é o constituinte da madeira ou lenha.
Secção transversal de um toro de Teca (Tectona grandis I.)
Cerne
O cerne é a designação dada à parte do xilema do tronco que já não participa activamente na condução de água, assumindo uma função essencialmente de suporte mecânico da estrutura da planta.
O cerne é constituído por células mortas, formando uma estrutura mais ou menos enrijecida de suporte, em volta da qual o borne se vai progressivamente formando. À medida que as células do borne enfraquecem e morrem, vão sendo incorporadas no cerne, o qual vai assim crescendo radialmente, acompanhado a expansão do xilema.
A distinção entre cerne e borne é clara na maior parte das espécies, já que em corte os troncos apresentam uma porção mais escura de madeira no centro e uma porção mais clara na parte externa. A primeira corresponde ao cerne e a segunda ao borne. Contudo, nem sempre esta diferença é fácil de perceber, pois a mudança de cor pode ser gradual e pouco marcada.
Embora possa, dadas as suas características higroscópicas, funcionar como um importante reservatório de água para a planta, o cerne é na sua natureza uma estrutura de suporte, não sendo essencial para a sobrevivência da árvore. Não são raras as espécies em que é comum o apodrecimento e por vezes a total destruição do cerne, sem que tal determine a morte, ou mesmo a redução da vitalidade, da planta.
Algumas espécies começam a formar cerne muito cedo e têm apenas uma fina camada de borne vivo, enquanto que noutras a transformação ocorre lentamente, mantendo um tronco que é particularmente composto por borne.
Em termos de determinação da qualidade da madeira e dos seus usos, a dimensão e características do cerne são determinantes, sendo este em geral valorizado pela sua dureza e resistência ao ataque por insectos. A madeira de cerne é em geral preferida para usos em que se requeira durabilidade e resistência mecânica.
O ABATE
é a operação que consiste em derrubar a árvore. Cientes da variabilidade da madeira, o período mais favorável ao corte das árvores é entre o mês de Outubro e Fevereiro, época em que actividade biológica da árvore é menor. É também relevante para a qualidade da madeira as práticas executadas no abate, devendo estas realizarem-se com a finalidade de evitar ou minimizar os possíveis defeitos desta operação.
DESDOBRAMENTO DA MADEIRA
Chama-se desdobramento ao corte da madeira para fins industriais.
Após a derrubada da árvore, é feito o desgalhe e o corte das toras em segmentos de aproximadamente 6 m de comprimento, o que torna mais fácil o seu transporte. Essas toras são então transportadas até a serraria, onde serão submetidas ao processo de desdobramento (ou desdobro). Pode-se definir o desdobro como o primeiro estágio efetivo de industrialização da madeira, na qual se obtém diversos produtos em seções típicas para cada aplicação.
De maneira geral, as toras são serradas no sentido longitudinal, produzindo peças brutas, sem quaisquer tipos de aplainamento, secagem, ou lixamento. Posteriormente, esse material segue para as carpintarias, que o transforma em produtos de maior valor agregado, tais como tábuas, ripas, molduras, tacos, assoalhos, vigas, etc.
Costaneiras são as peças retiradas para estabelecer uma seção regular à tora (falquejo - nem sempre utilizado).
Atualmente, uma das principais metas da indústria madeireira é o máximo aproveitamento da tora, ou rendimento. O aproveitamento é a relação entre o volume de madeira serrada e o volume inicial de toras. Esse percentual está entre 55 a 65% para as coníferas, devido à forma mais retilínea do tronco, e entre 45 a 55% para as folhosas.
Existem basicamente duas técnicas de desdobro para obtenção de pranchas, das quais surgem as demais variações, são elas: o desdobro radial e o tangencial. A técnica de desdobro adotada, a qualidade da matéria-prima e as características dos equipamentos utilizados devem proporcionar um rendimento adequado, assim como boa qualidade do produto.
Desdobro Radial
O desdobro radial consiste numa sequência de cortes aproximadamente radiais ao centro da tora. Esse tipo de corte forma peças com desenhos mais retos e é normalmente adotado para reduzir os efeitos das tensões de crescimento. Essa técnica é utilizada principalmente em toras de grandes diâmetros, uma vez que em pequenos diâmetros resulta em grande quantidade de peças de pequena largura.
Desdobro Tangencial
O desdobro tangencial consiste no corte tangencial aos anéis de crescimento da árvore. Mesmo assim, à medida que o corte se aproxima do centro da seção, são obtidas peças com face radial. Essa técnica fornece pranchas com melhor desenho, maior rendimento em madeira serrada, menor limitação de largura das tábuas e maior rapidez de secagem. Também apresenta maior facilidade na correção de eventuais empenamentos na prancha, se comparado ao desdobro radial.
A serra de fita simples ou reversa é utilizada no aproveitamento das costaneiras, gerando menos resíduos e aumentando o rendimento da tora. Para um processamento mais eficiente, também existem serras duplas, que removem duas costaneiras opostas simultaneamente. Isso ajuda a liberar as tensões de crescimento da árvore, prevenindo o arqueamento da tora.
Da mesma maneira, existe a serra circular alinhadeira ou canteadeira, que é utilizada para uniformizar a largura das peças, e também a serra circular múltipla ou multisserra, que executa cortes simultâneos na peça, garantindo maior produção, quando comparada a serra simples. Serras circulares ainda são utilizadas na destopadeira dupla, que compreende dois eixos de corte paralelos, que cortam a peça no sentido transversal, num comprimento padrão.
Outros processos
A madeira ainda pode ser submetida a outros processos de desdobro, dos quais se destacam: a laminação, realizada em tornos laminadores; e a laminação por faqueamento.
DESDOBRAMENTO DA MADEIRA - Laminação
Laminação
Laminação é o processo de desdobro no qual se obtém folhas de madeira para fabrico de compensados/ contraplacados ou para revestimento de placas de madeira de qualidade inferior. O revestimento de madeiras comuns com madeiras preciosas é de origem remotíssima. No entanto, em tempos recentes é que o processo se generalizou, atingindo um alto grau de desenvolvimento, tanto das folhas, quanto dos processos de fixação. Há três tipos de folhas: serradas, descascadas e faqueadas.
Folhas descascadas
A folha descascada é produzida por um equipamento denominado torno laminador, inventado em 1890. A tora cilíndrica é colocada entre as ponteiras desse torno, enquanto uma faca, em posição tangencial à tora, destaca uma camada de material, como se desenrolando um papel em bobina.
Folhas Faqueadas
O faqueamento produz folhas de 0,63 mm a 3 mm, e de melhor qualidade que o descascamento. O processo consiste no deslocamento transversal relativo de uma faca sobre um bloco de madeira previamente seccionado, destacando assim as folhas. Estas lâminas são utilizadas para revestimento de superfícies de madeira (compensados, aglomerados, MDF, etc.) ou até paredes.