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Serrotes e serras
Um serrote nada mais é do que uma folha de aço com uma sucessão de arestas afiadas — os dentes — cuja forma e dimensões variam conforme o tipo de trabalho a realizar.
O serrote comum é composto de uma lâmina de aço triangular presa a um cabo, em geral de madeira.
A escolha do serrote mais adequado está sempre vinculada ao tipo de trabalho que se deseja executar.
Quanto maior for o número de dentes por polegada ou centímetro que uma folha de serra apresente, mais fino será o corte que esta executa.
Embora exista uma grande variedade de serrotes que se distinguem não só pela forma mas especialmente pelas dimensões e formato dos dentes, é possível definir três tipos principais, de acordo com o trabalho a que especificamente se destinam:
Serrote universal
Designados por serrotes de folha larga: para cortes, sem grande precisão, de peças compridas ou placas de madeira. Dentre estes distinguem-se: o serrote universal, ou de traçar, para serrar quer ao correr do veio, quer transversalmente a este.
Serrote de ponta
A lâmina desse tipo de serrote é estreita e pontiaguda, enquanto os dentes são posicionados na parte superior da lâmina. Por causa do seu formato, é usado normalmente para serrar curvas e recortes
Serrote de costas
Especial para recortar juntas, detalhes e pequenas peças com exatidão. Os dentes serram a favor e contra os veios, com a mesma eficiência. A lâmina é retangular, com o dorso (costas) guarnecido, permitindo bom controle. É usado para fazer cortes menos profundos, mas que exigem precisão.
Serrote de meia-esquadria
É um serrote de costas montado sobre uma armação especial que permite fazer cortes retos em várias angulações, sem necessidade de marcação prévia e com muita precisão. A base, onde a peça é colocada, é graduada, e tem guias com travas para fixação.
Como usar um serrote corretamente
É muito mais fácil serrar quando se segura o serrote corretamente. Quando fizer o corte através dos veios da madeira, punho e antebraço devem estar alinhados, formando um ângulo de aproximadamente 45°.
Para cortes na direção dos veios da madeira, este ângulo deve ser de aproximadamente 60°.
Início do corte
Inicie o corte com movimentos curtos, estabilizando o serrote com o polegar da mão que está livre. Uma vez iniciado o corte, continue a serrar com movimentos firmes e longos.
Movimentos curtos e irregulares dispendem energia e provocam desgaste desigual dos dentes.
Utilize pressão adequada para evitar a trepidação do serrote.
Sustentação das pontas do refugo
Segurar sempre as pontas do refugo com a mão que está livre até que o corte seja totalmente feito.
Deixar as pontas do refugo quebrarem por si só, pode provocar rachaduras e danificar a madeira irremediavelmente.
Antes de afiar, utilizar um alicate travador para dar a inclinação correcta alternada aos dentes da serra.
Fazer a operação de pear de um dos lados (1 dente em cada 2) e em seguida do outro da lâmina da serra (1).
Trava de um serrote
- Bloquear a lamina da serra num torno de bancada entre dois blocos de madeira, com os dentes da serra sobressaindo cerca de 2 cm.
- Regularizar a altura dos dentes com uma Iíma plana.
-Limar horizontalmente (2).
- Refazer a ponta de cada dente com uma lima triangular de dimensões adequadas.
Começar pelo lado mais afastado do punho da serra.
Definir o ângulo correcto entre a lima e a lamina:
- Para uma serra com dentes deitados a lima deve ser utilizada perpendicularmente à lamina.
- Para uma serra com dentes isósceles a lima deve fazer um ângulo com a lamina da serra (3).
Dar a cada dente o mesmo número de passagens da lima com uma pressão regular e mantendo a lima horizontal.
Limar sempre no sentido do avanço da lima (não Iimar no golpe de recuo da lima).
- No caso de uma serra com dentes tratados e com fio permanente, refrescar o gume com duas ou três passagens da uma pedra plana de cada lado da lâmina (4).