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    O que é arte?    

“A arte é apenas um substituto enquanto a beleza da vida for deficiente. Desaparecerá proporcionalmente, à medida que a vida adquirir equilíbrio.”

 Piet Mondrian

Arte é uma das palavras mais difíceis de se definir por causa das mudanças semânticas ocorrida ao longo dos séculos.
Entretanto, podemos destacar aqui a origem dessa palavra relacionando-a com o contexto mais atual e entender o seu significado de forma mais ampla.

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Pensando sobre o tema


Já vimos algumas imagens e ficamos na dúvida se ela era ou não uma obra de arte? Quais foram as imagens?

 

 


Como faria para distinguir a imagem de um cartaz de um filme de cinema ou de uma tela pintada como sendo arte? E outras manifestações como a dança, a música e o teatro? São arte também?

Os Retirantes, do pintor brasileiro Cândido Portinari

Os Retirantes, do pintor brasileiro Cândido Portinari 

O que é arte e para que ela serve? 

O termo arte vem do latim “ars” que significa “arranjo”, “habilidade”. O mundo da arte é concreto e vivo podendo ser produzido, apreciado e compreendido. Através da experiência artística o ser humano desenvolve a sua imaginação e criação aprendendo a conviver com seus semelhantes, respeitando as diferenças e sabendo modificar a sua realidade. 

A arte é uma das primeiras manifestações da humanidade como forma do ser humano marcar a sua presença criando objetos e formas (pintura nas cavernas, templos religiosos, roupas, quadros, filmes etc) que representam a sua vivência no mundo, comunicando e expressando as suas ideias, sentimentos e sensações para os outros.

Desta maneira, quando o ser humano faz arte, ele cria um objeto artístico de acordo com a sua visão. 

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A função da arte e o seu valor, portanto, não estão no retrato fiel da realidade, mas sim, na representação simbólica do mundo humano.

De entre os possíveis e variados conceitos que a arte pode ter podemos sintetizá-los do seguinte modo:

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A arte é uma experiência humana de conhecimento estético que transmite e expressa ideias e emoções na forma de um objeto artístico (desenho, pintura, escultura, arquitetura, teatro, música, dança etc) e que possui em si o seu próprio valor.

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Portanto, para apreciarmos a arte é necessário aprender sobre ela. Aprender a observar, a analisar, a refletir, a criticar e a emitir opiniões fundamentadas sobre gostos, estilos, materiais e modos diferentes de fazer arte.

 A Morte e as Máscaras, James  Ensor 1897

    Elementos necessários para existir a arte    

Para existir a arte são necessários três elementos:

    O ARTISTA    

 O primeiro elemento é o artista, aquele que cria a obra, partindo do seu conhecimento concreto, abstrato e individual transmitindo e expressando suas ideias, sentimentos, emoções num objeto artístico (pintura, escultura, desenho, encenação, composição musical etc) que simbolize esses conceitos. Para criar a obra o artista necessita conhecer e experimentar os materiais com que trabalha, quais as técnicas que melhor se encaixam à sua proposta de arte e como expor seu conhecimento de maneira formal no objeto artístico.

    O APRECIADOR    

O outro elemento é o apreciador, que faz parte do público que tem o contacto com a obra, – observa a obra para chegar ao conhecimento de mundo que ela contém. Para isso o apreciador precisa de sensibilidade, disponibilidade para entendê-la e algum conhecimento de História e História da Arte, assim poderá entender o contexto em que a obra foi produzida e fazer relação com o seu próprio contexto.

    A OBRA DE ARTE    

Por fim, a obra de arte ou o objeto artístico, faz parte de todo o processo, indo da criação do artista até ao entendimento do apreciador. A obra de arte guarda um fim em si mesma, sem precisar de um complemento ou “tradução” desde que isso não faça parte da proposta do artista.

    Funções da arte    

Cada sociedade vê a arte de um modo diferente, segundo a sua função. Nas sociedades indígenas e africanas originais a arte não era separada do convívio do dia-a-dia, mas presente nas vestimentas, nas pinturas, nos artefatos, na relação com o natural e o sobrenatural, onde cada membro da comunidade podia exercer uma função artística. 
Somente no séc. XX a arte foi reconhecida e valorizada por si, como objeto que possibilita uma experiência de conhecimento estético.

Ao longo da história da arte podemos distinguir três funções principais para a arte:

    Função pragmática ou utilitária    

A arte serve como meio para se alcançar um fim não-artístico, não sendo valorizada por si mesma, mas pela sua finalidade. 
Segundo este ponto de vista a arte pode estar a serviço para finalidades pedagógicas, religiosas, políticas ou sociais. 
Não interessa aqui se a obra tem ou não qualidade estética, mas se a obra cumpre seu papel social de atingir a finalidade a que ela se prestou.

    Função naturalista    

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O que interessa é a representação da realidade ou da imaginação o mais natural possível para que o conteúdo possa ser identificado e compreendido pelo observador. 
A obra de arte naturalista mostra uma realidade que está fora dela, retratando objetos, pessoas ou lugares. 
Para a função naturalista o que importa é a correta representação (perfeição da técnica) para que possamos reconhecer a imagem retratada; a qualidade de representar o assunto por inteiro; e o poder de transmitir de maneira convincente o assunto para o observador.

    Função formalista    

 

Atribui maior qualidade na forma de apresentação da obra preocupando-se com seus significados e motivos estéticos. 
A função formalista trabalha com os princípios que determinam a organização da imagem – os elementos e a composição da imagem. 
Com o formalismo nas obras, o estudo e entendimento da arte passaram a ter um caráter menos ligado às duas funções anteriores importando-se mais em transmitir e expressar ideias e emoções através de objetos artísticos.

Foi só a partir do séc. XX que a função formalista predominou nas produções artísticas através da arte moderna, com novas propostas de criação. O conceito de arte que temos hoje em dia é derivado desta função.

    Arte figurativa e arte abstrata    

Arte figurativa é um termo usado para descrever as manifestações artísticas que representam: a forma humana, os elementos da natureza e os objetos criados pelo homem. Ele pode ser realista ou estilizado, desde que haja o reconhecimento do que foi desenhado.

No Renascimento, no Barroco, e no Realismo a figuração dos elementos buscava uma identidade visual aproximada; tais produções exigiam requintada capacidade técnica por parte dos artistas.

Movimentos surgidos a partir do final do séc. XIX, como o Impressionismo e o Expressionismo, também são figurativos,porém menos preocupados com a  verossimilhança. 

arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional".

    Qual a diferença entre arte popular e arte erudita?    

Arte popular:  aquela em que o artista aprende seu ofício como escultura, modelagem e outros, sem terem frequentado escolas de artes. Mas criam obras de reconhecido valor estético e artístico. A arte popular é intuitiva e trata de valores locais, regionais; representa crenças, lendas, costumes típicos de determinada cultura.

O artista popular traduz o universo no qual ele vive, seu dia-a-dia humilde e, muitas vezes, difícil.

Arte erudita: 

A arte erudita cria obras de valores universais, é fruto do trabalho de grandes artistas que possuem conhecimentos técnicos e formais apurados. As obras eruditas são marcos de determinadas épocas e trazem reflexões acerca dos modos de expressão plástica e de inovações conceituais.

ESCULTURA HIPER-REALISTA DE RON MUECK

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