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História de Arte

 Idade Contemporânea séc. XVIII final séc XIX 

 Idade Contemporânea é o período que inicía com a Revolução Francesa, acontecimento que modificou toda a história política e social da França e Europa,  e continua até hoje, com as diversas manifestações artísticas que surgiram.

A globalização das ideias já acontecia e o iluminismo, uma corrente filosófica que acreditava na razão do homem e não na religiosidade propagou. Foi também nesse período que ocorreram as Grandes Guerras e a revolta de artistas através da arte. 

   Neoclassicismo (1780-1830)   

Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Neoclassicismo (neo = novo), que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade europeia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.

De acordo com os neoclassicistas, só haveria arte, se os artistas resgatassem os ideais gregos e renascentistas. Dessa forma, a arte nesse período era considerada bela.

O Doríforo

460 a 420 AC

Nas escolas de belas-artes, os alunos deveriam conhecer a arte do período antigo, assim as obras eram produzidas com base na técnica e nas convenções gregas e romanas.

Laocoonte 

aprox. 40 a.C.

A linha mestra do estilo neoclássico eram as figuras severas, desenhadas com exatidão, que apareciam em primeiro plano, sem a ilusão de profundidade dos relevos romanos. A pincelada era suave, de modo que a superfície da pintura parecia polida e as composições eram simples, para evitar o melodrama rococó. Os fundos, em geral, incluíam toques romanos, como arcos ou colunas, e a simetria e as linhas retas substituíam as curvas irregulares.

ESCULTURA

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Os escultores neoclássicos foram marcados pelo rigor e pela passividade.

 As suas obras academicista são consideradas frias.

Estátuas de heróis uniformizados, estátuas equestres e bustos focalizados na pessoa do imperador. As obras possuíam um naturalismo equilibrado.

Respeitavam-se movimentos e posições reais do corpo, embora a obra nunca estivesse isenta de certo realismo psicológico, plasmado na expressão pensativa e melancólica dos rostos. 

PINTURA

A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.

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Características da pintura:

  • Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante;

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  • Exatidão nos contornos; sobriedade nos ornamentos e no colorido, pinceladas que não marcavam a superfície, dando à obra um aspecto impessoal onde predominava o desenho sobre a cor;

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  • Harmonia e equilíbrio do colorido.

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  • Geralmente expressam um vibrante realismo, algumas delas exprimem fortes emoções.

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  • Figuras situadas como uma estátua, iluminada por um feixe de luz, contra um fundo simples de arcos romanos.

  • Vestiam manequins com roupas ou ornamentos romanos. 

“A pincelada deve ser tão fina como a casca de uma cebola”

Jean Auguste Dominique Ingres

ARQUITETURA

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Surgiram edifícios grandiosos, de estética totalmente racionalista: pórticos de colunas colossais com frontispícios triangulares. 

Utilização de materiais nobres tradicionais como mármores, granito e madeira.

Sistemas de construção simples (trilítico) ou complexos, estruturados a partir do arco de 180 graus de inspiração romana e adaptados aos modernos processos técnicos.

As cidades tiveram de se adaptar a essas construções gigantescas. Desenharam-se largas avenidas para abrigar os novos edifícios públicos, academias e universidades, muitos dos quais conservam ainda hoje a mesma função.

   Romantismo (1820-1850)   

Um dos primeiros movimentos artísticos que surge em reação ao Neoclassicismo do século XVIII.

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"O romantismo não se encontra nem na escolha dos temas nem em sua verdade objetiva, mas no modo de sentir. Para mim, o romantismo é a expressão mais recente e atual da beleza. E quem fala de romantismo fala de arte moderna, quer dizer, intimidade, espiritualidade, cor e tendência ao infinito, expressos por todos os meios de que as artes dispõem"...

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 Baudelaire

As principais características da pintura romântica são:

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  • Corte com o academicismo neoclássico;

  • O artista emancipa-se da encomenda e faz a sua obra baseado nos impulsos da sua alma e na sua própria inspiração;

  • A pintura é bastante individualizada e diversificada no que diz respeito ao próprio estilo e aos temas;

  • Pretende integrar o observador, tal como no barroco. Aqui o observador, assim como os personagens representados principalmente de costas, contempla as paisagens distantes que se desdobram à sua frente;

  • Uma pintura romântica pretende ser contemplada e o observador terá que dar um significado à pintura consoante às suas emoções;

  • O pintor lança um olhar subjetivo sobre o mundo objetivo e apresenta-nos uma imagem filtrada pelas suas emoções. O artista torna-se o intérprete do mundo.

Caspar David Friedrich (1774-1840) pintor alemão, observou e desenhou a natureza, para depois pintar seus quadros no ateliê, porém não se limitou a representa-las, ele dá-lhe um significado suplementar, expresso através de símbolos, como a figura de costas, as nuvens, a neblina, o horizonte. O homem de costas é como se fosse um emblema da experiência romântica da natureza: sozinho nas alturas, olha para um ponto inatingível e o que vê é, ao mesmo tempo, algo de exterior e a projeção do seu Eu.

Francisco José Goya (1746-1828) foi pintor e gravador espanhol.

Conhecido como Goya, sua arte retratava uma mitologia povoada por sonhos e pesadelos, seres deformados, tons opressivos.

Senhor absoluto da caricatura do seu tempo. Trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela liberdade.

Joseph Mallord William Turner  (1775-1851) inglês, considerado por alguns um dos precursores da modernidade na pintura, em função dos seus estudos sobre cor e luz.

Turner representou movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a arte registra a presença da máquina, uma locomotiva, foi na sua pintura Chuva, Vapor e Velocidade. Parece ser a tomada de consciência do artista de que a máquina invadiu o espaço natural e começou a fazer parte do universo da pintura.

Eugène Delacroix (1798-1863) é considerado o mais importante artista do romantismo francês.

 O valor da pintura é assegurada pelo uso das cores, das luzes e das sombras, dando-nos a sensação de grande movimentação.

Representava assuntos abstratos personificando-os (alegorias).

 Delacroix tinha noção da própria grandeza. “A principal qualidade de um quadro é ser uma festa para os olhos”. 

o pintor assistiu à ascensão e queda de Napoleão, a restauração da dinastia dos Bourbon e, finalmente, a entronização do rei Luís Felipe, em 1830.

Seu quadro mais conhecido "A Liberdade Guiando o Povo", muitas vezes tomado como um símbolo das lutas populares e republicanas, foi feito por inspiração do movimento que levou Luís Felipe ao trono da França.

   Realismo (1850-1900)   

Durante a primeira metade do século XIX, enquanto se travava o embate entre Neoclassicismo e Romantismo, o Realismo, força que iria dominar a arte na segunda metade do século, começa lentamente a aparecer.

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O homem europeu, diante da industrialização, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive nas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.

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A passagem do romantismo para o realismo corresponde uma mudança do belo e ideal para o real e objetivo.

São características gerais:

  • O cientificismo;

  • A valorização do objeto;

  • O sóbrio e o minucioso;

  • A expressão da realidade e dos aspectos descritivos.

A arquitetura e engenharia procuravam responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização.

As cidades precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.

ESCULTURA

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René-François-Auguste Rodin (1840-1917) foi um importante escultor francês. Aos 13 anos de idade, entrou para uma academia de arte para aprender os princípios básicos das artes plásticas.

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Rodin não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano.

PINTURA

Características da pintura:

  • Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenómeno da natureza, ou seja, o pintor procurava representar o mundo de maneira documental;

  • Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é;

  • Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.

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Temas da pintura:

  • a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social, denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. O povo, tornaram-se assunto frequente da pintura realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos personagens que pintavam, elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os idealizados heróis da pintura romântica.

Gustave Coubert (1819-1877)

homem pragmatismo, desafiou o gosto convencional por pinturas históricas e temas poéticos, insistindo que a “pintura é ...uma arte concreta e tem de ser aplicada às coisas reais existentes”. Sua crença era “tudo que não aparece na retina está fora do domínio da pintura”. Foi considerado o criador do realismo social na pintura, procurou retratar nas suas telas temas da vida quotidiana principalmente as classes populares.

   Impressionismo (1872-1917/20)   

Movimento artístico que mudou a arte do século XX. As pessoas puderam apreciar as obras do período, numa exposição em Paris, em abril de 1872, mas ela foi mal vista por seus observadores.

Principais características:

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  • Registro das alterações que a luz provocava nas cores da natureza;

  • As pinturas deveriam representar a cor que a luz do sol refletia nos objetos, pois elas alteram-se com a luz;

  • Figuras sem contorno;

  • Sombras luminosas e coloridas;

  • Utilização da lei de cores complementares para dar contraste às imagens;

  • Não deve haver mistura de cores para formar diferentes tonalidades e cores. 

O Impressionismo foi o movimento artístico que deu início às grandes tendências da arte em finais     do século XIX.

Terá sido esta obra Impressão: Nascer do Sol (1872), de Monet, que contribuiu para o surgimento deste movimento. 

Impressionismo: Nascer do Sol, obra de Claude Monet (1872).

Edgar Degas (1834 1917)

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É conhecido sobretudo pela sua visão particular no mundo do ballet, sabendo captar os mais belos e subtis cenários. É ainda reconhecido pelos seus célebres pastéis e como um dos fundadores do impressionismo.

A arte impressionista é descrita frequentemente pelos efeitos de luz ao ar livre. Estas características não são, no entanto, aplicáveis a Degas: mesmo tendo sido um dos principais animadores das exposições impressionistas, não se enquadra no movimento que, em nome da liberdade de pintar, caracteriza o grupo. Ao ar livre ele prefere, e de longe, "o que nós só vemos na nossa memória". Dirigindo-se a um pintor ele diz: Para vós, é necessário a vida natural, para mim, a vida fictícia.

Claude Monet (1840-1926)

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Monet pintou centenas de obras durante toda a sua vida. Manteve-se ativo mesmo com a idade avançada e estando praticamente cego.

 

As cores retratadas na água e os efeitos luminosos utilizados por Monet demonstra a sua extrema maturidade, experiência e conhecimento sobre a utilização das luz e das cores. 

É a mais célebre e importante obra de Monet, datada de 1872, mas provavelmente realizada em 1873. Representa o nascer do sol no Porto de Havre, com a névoa cerrada sobre os estaleiros, os barcos e as chaminés no fundo da composição.A tela marca o início do Movimento Impressionista, com suas pinceladas sobrepostas de cores originais e o contraste entre o claro e o escuro.

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Pierre-Auguste Renoir (1841-1919)

Francês impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida.

Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas.

  Pontilhismo /Neoimpressionismo(1886-___)  

Em 1886, dois artistas Georges Seurat e Paul Signac realizaram a última exposição do estilo. Seus trabalhos deram origem ao Pontilhismo.

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O Pontilhismo é uma técnica de pintura, saída do movimento impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, uma mistura óptica nos olhos do observador.

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Esta técnica baseia-se na lei das cores complementares, avanço científico impulsionado no século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de uma consequência extrema dos supostos ensinamentos dos impressionistas, segundo os quais as cores deviam ser justapostas e não entre mescladas, deixando à retina a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas impressões registradas.

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A técnica de utilização de pontos coloridos justapostos também pode ser considerada o culminar do desprezo dos impressionistas pela linha, uma vez que esta é somente uma abstração do Homem para representar a natureza.

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Esta técnica foi criada na França, com grande impulso de Georges Seurat e Paul Signac, em meados do século XIX.

  Expressionismo (1905- 1930)  

O Expressionismo surge como uma reação ao Impressionismo, pois no primeiro, a preocupação está em expressar as emoções humanas, transparecendo em linhas e cores vibrantes os sentimentos e angústias do homem moderno. Enquanto que no Impressionismo, o enfoque resumia-se na busca pela sensação de luz e sombra.O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.

Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento ”Pós-Impressionista”. Os pintores não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais longe. 

Principais características:

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  • Expressar as emoções humanas;

  • Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;

  • Dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;

  • Pasta grossa, martelada, áspera;

  • Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões;

  • Preferência pelo patético, trágico e sombrio.

Paul Cézanne (1839-1906)

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Cézanne antes de começar as suas paisagens estudava-as e analisava os seus valores plásticos, reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçava à base de pinceladas paralelas. Árvores, casas e demais elementos da paisagem subordinam-se à unidade de composição. As suas paisagens são subtilmente geométricas

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Sua principal tendência foi converter os elementos naturais em figuras geométricas – como cilindros, cones e esferas – que se acentuou cada vez mais, de tal forma que se tornaria impossível para ele recriar a realidade segundo “impressões” captadas pelos sentidos.

Nas suas numerosas naturezas mortas, tipicamente compostas por maçãs, levava a cabo uma exploração formal exaustiva que é de onde surgirá o cubismo mais tarde.

Vincent van Gogh (1853-1890),

Empenhou-se profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguin, principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas.

Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, o sol intenso da região mediterrânea interferiu na sua pintura, e ele libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções. Em Anvers, uma cidade tranquila ao norte da França, em três meses apenas, pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e retorcidas.

Em julho do mesmo ano, suicidou-se.

Toulouse-Lautrec (1864-1901)

talvez o maior artista gráfico de sua época, é lembrado sobretudo por seus cartazes arrojados sobre os artistas de casas noturnas parisienses.

Lautrec incrementou a arte da gravação com a técnica chamada crachis (cuspidela); para obter o efeito pontilhado, espirrava a tinta na pedra litográfica com uma escova de dentes.

A genialidade no traço é a sua principal manifestação artística. Através dos anos, seu senso de humor levou-o a desenvolver um estilo onde a distorção beira os limites da caricatura. Os temas favoritos de Lautrec eram pessoas que encontrava nas casas noturnas e nos cafés de Montmartre. 

Lautrec pouco se importava em representar as nuances da luz preferia a luz artificial, fria e imóvel dos ambientes fechados, mas reveladora do rosto verdadeiro. E o traço de seu lápis ágil anota um perfil, o movimento rápido de uma bailarina, uma sobrancelha que interroga, o gesto da mão que desperta do abandono voluntário, a expressão de uma rosto onde flagra o instante da alegria ou do desgosto, da saciedade ou da angústia.

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